By: Matt Warnock
Photos courtesy of M. Powell.
It’s not easy growing up with a parent who is a famous name in their chosen field, especially if one decides to pursue a career in the same vein as their well-known mother or father. Often times it is hard, or even impossible, for one to step out from their parent’s shadows and make a name for themselves, no matter what career path they choose to pursue. While this is the case with many musicians, guitarist Marcel Powell is proving that one can carry on their parent’s legacy, while at the same time creating an entirely separate, and highly successful, career in their own right.
Guitar International recently caught up with Marcel Powell to talk about his influences, the current music scene in Brazil and growing up with a legendary guitarist as his father.
For our international readers, the interview has been presented in both English and Portuguese. (Para os nossos leitores internacionais, a entrevista foi apresentada em Inglês e Português.)
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Matt Warnock: Who, besides your father, were your main influences when you were first learning to play the guitar?
Marcel Powell: I have many influences, especially early on. I admire the work of guitarists such as George Benson, Al Di Meola, John McLaughlin, Paco de Lucía, Larry Coryell, all marvelous guitarists.
Here in Brazil, there were other guitarists, besides my father, who I admire a lot, including Egberto Gismonti, Marco Pereira, Rafael Rabello, Guinga, Joao De Aquino, Sebastião Tapajós. I also like the new generation of Brazilian guitarists that has arisen here in Brazil like Yamandu Costa, Alessandro Panezzi, Caio Márcio Gabriel Improta, Daniel Santiago, Rogério Caetano, Gabriel Aquino. These are young Brazilian guitarists who have been renovating the Brazilian classical guitar and doing a great job throughout the world.
Matt: Do you take influences from other genres of music, outside of Brazil, such as jazz, blues and flamenco?
Marcel Powell: I really like Flamenco and flamenco influences. I play just about everything in my solo performances. I like and admire jazz, Michel Petrucciani, Gonzalo Rubalcaba are some of the pianists I enjoy the most and they influence me in my way of playing. But, I always try to keep the roots of Brazil in my work. That’s where I feel more at ease with my music. I don’t know much about the blues, but I like that sound and have influences from this genre as well.
Matt: Your music sounds very organic. How much of it is improvised and how much of it is composed before you go into the recording studio?
Marcel Powell: The way I work in the studio is easy. I get to the studio with the arrangements for each song almost ready. The improvisations, I always do spontaneously.
Matt: Do you prefer to play solo guitar or in a group?
Marcel Powell: I currently do not play in any group. I have my own work I like very much and also follow some of the singers here in Brazil. I like it this way because that’s where I I feel more at ease to express my musical ideas, and I will work hard in this arena because I like it and do it with love.
Matt: Is there enough of a scene for instrumental guitar music in Brazil that you can make a living touring only in that country, or do you have to travel internationally to find enough gigs each year?
Marcel Powell: It is possible to live well doing instrumental music in Brazil, yes, but I believe that one shouldn’t be restricted only to Brazil. For example, in Europe there are a lot more jazz festivals than in Brazil, which favor more instrumental music. Brazil has the capacity to grow into a similar scene, but it has to be ready to do so. I also teach here and there, but my priority is my concerts.
Matt: Do you feel that there is a lot of pressure on you as a guitarist because your father was such a legendary musician?
Marcel Powell: My father was my guitar teacher until he passed away. I began to study with him at 9 years of age. My father, as a professor, was extremely hard on me in our lessons, so I actually had a lot of pressure directly from him. I have no problem with the pressure and expectations from people about my work. I try to do my job with the utmost excellence in the world without worrying about that sort of thing.
Matt: Who makes your guitars and why do you choose to play them?
Marcel Powell: I play a Giannini, a Brazilian guitar maker that has developed the wonderful guitars that I use, and I also use Giannini TB strings. Actually, I have used in concerts Dieter Hopf guitars. He is a great German luthier and their instruments are fantastic. My father also used Dieter Hopf guitars.
Matt: What microphones do you like to use in the recording studio and when you use a PA on stage?
Marcel Powell: I like the AKG 414 microphone, or Neumann for studios or on stage.
Matt: What do you have planned as far as tours and recordings for 2011?
Marcel Powell: I have two discs in the works for 2011, one with a Brazilian singer named Augusto Martins honoring a great Brazilian samba composer Zé Keti, and the other with mandolin player Daniel Migliavacca. The disc already has five tracks, and we still intend to write about five or six songs to finish it up.
I have a project for a tour in Europe with an Italian guitarist named Jo Vurchio to honor my father, which will happen in October or November, 2011. I also have a tour through Brazil but we are waiting for sponsorship to settle things up.
I have a concert in Venezuela in October with my trio at the Barquisimeto jazz festival.
And I have several shows already booked in Brazil and I have a guitar duo with the great guitarist Victor Biglione. We have several shows scheduled for this year in Brazil. It’s going to be a busy year.
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Não é fácil a ser filho do famoso, especialmente quando decidir perseguir nos passos do seu pai famossísimo. Muitas vezes, é difícil, ou seja quase imposível, para sair da sombra dos pais legendários, assim que escolher outro caminho de carreira. No entanto, não é o caso com violonista Marcel Powell e ele prova que seja posível para prosseguir o legado do seu pai, enquanto ao mesmo tempo criar uma carreira distinta, e muito sucedido.
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Matt Warnock: Além do seu pai, quem te influenciou quando você acabou de tocar violão pela primeira vez?
Marcel Powell: As minhas ifluências são muitas. Eu admiro muito o trabalho de guitarristas como George Benson, Al Di Meola, John McLaughlin, Paco de Lucía, Larry Coryell, são guitarristas marvilhosos.
Aqui no Brasil tem outros violonistas além do meu pai que eu admiro muito como, Egberto Gismonti, Marco Pereira, Rafael Rabello, Guinga, João De Aquino, e Sebastião Tapajós. Eu gosto muito da nova geração de músicos brasileiros, violonistas que tem surgido aqui no Brasil. Alguns deles são Yamandu Costa, Alessandro Panezzi, Caio Márcio, Gabriel Improta, Daniel Santiago, Rogério Caetano, Gabriel de Aquino. São jovens violonistas brasileiros que vem renovando a geração violonística brasileira e fazendo um belo trabalho pelo mundo afora.
Matt: Você pega influências dos outros géneros de música fora do Brasil, por exemplo de jazz, de blues, ou de flamenco?
Marcel Powell: Eu gosto muito do Flamenco e eu tenho influências flamencas sobre tudo nas minhas interpretações solo. Eu gosto e admiro demais o jazz. Michel Petrucciani, Gonzalo Rubalcaba são alguns dos pianistas que eu mais gosto de ouvir, e eles me influênciam na minha maneira de tocar, mas eu sempre procuro manter as raízes brasileiras que é onde eu me sinto mais á vontade para tocar minha musica. O Blues eu não conheço muito, porém gosto da sonoridade mas não tenho muitas influências deste genero.
Matt: Sua música tem muita organicidade. Quando você chegar no estúdio, toda música já está totalmente planejada, ou você fica mais livre para improvisar também?
Marcel Powell: A minha maneira de trabalhar em studio é simples. Eu chego no studio com os arranjos das musicas que eu vou tocar quase sempre prontos. Os improvisos, eu sempre deixo para gravar na hora.
Matt: Você prefere tocar num grupo ou com a você mesmo? E porquê?
Marcel Powell: Eu atualmente não toco em nenhum grupo. Eu tenho o meu próprio trabalho que eu gosto muito e também acompanho algumas cantoras aqui no Brasil; Eu gosto mais de fazer o meu trabalho porque é onde eu me sinto mais á vontade de apresentar as minhas ideias musicais, e eu me dedico muito á fazer o meu trabalho porque gosto mesmo e faço com amor.
Matt: O que você acha da clima musical no Brasil para música instrumental? É possível viver bem somente tocando música instrumental, ou você também vai tocando outros tipos de projetos? E como você compararia com a clima musical fora do país para música instrumental?
Marcel Powell: É possivel viver bem fazendo música instrumental no Brasil sim, mas eu creio que não se deve ficar restrito somente ao Brasil. Na europa por exemplo há uma quantidade muito maior de festivais de jazz do que no brasil o que favorece mais a música instrumental fora do Brasil. Mas dentro do brasil tem espaços pra se fazer música instrumental também, não tanto quanto na europa mas tem. Eu além de tocar eu também dou aula de violão, mas eu priorizo as minhas apresentações.
Matt: Quanto ao seu pai, ele é considerada de fato um violonista lendário no Brasil e mundial. Como o filho dele, você se sentia, ou seja se sente, sob pressão para viver de acordo com expectativas do povo ou da comunidade musical no Brasil? Como você lidava com isso?
Marcel Powell: O meu pai foi o meu professor de violão até ele falecer. Eu comecei a estudar aos 9 anos de idade. O meu pai era um professor extremamente severo comigo, portanto na verdade eu tive muita pressão da parte dele durante todo o meu aprendizado com ele. Eu não tenho nenhum problema com a pressão e as expectativas do povo com relação ao meu trabalho. Eu procuro fazer o meu trabalho com a maior excelência do mundo sem me preocupar com isso.
Matt: Quem faz seus violões, e o que você prefere num violão seu?
Marcel Powell: Os luthiers que fazem os meus violões são 2: A Giannini que é uma fábrica de violão brasileira tem desenvolvido violões maravilhosos que uso, e uso também as Cordas Giannini. Atualmente eu tenho usado nos shows os violões de um outro Luthier que é Alemão que se chama Dieter Hopf. Ele é um grande Luthier. Os seus intrumentos são fantásticos, e o meu pai também usava os violões do Dieter Hopf.
Matt: Você tem preferência de microfones no estúdio e no palco?
Marcel Powell: Eu gosto do Microfone AKG 414, ou Neumann para studios ou palco.
Matt: Você já tem turné ou gravação marcado em 2011? O que você tenho planejado?
Marcel Powell: Eu tenho dois discos em andamento em 2011. Um disco foi gravado com um cantor brasileiro chamado Augusto Martins homenageando um grande compositor brasileiro de samba chamado Zé Kéti. Queremos lançar o disco esse ano estamos oferecendo para as gravadoras, e o outro disco é com um bandolinista chamado Daniel Migliavacca. O disco já tem 5 faixas, e nós pretendemos gravar ainda umas 5 ou 6 musicas á mais.
Eu tenho um projeto de uma tournée na europa com um violonista Italiano chamado Jo Vurchio, para homenagear meu pai. Vai acontecer em outubro ou novembro de 2011. Tem uma tournée pelo Brasil que estamos esperando o patrocínio. O projeto está sendo analisado pela Petrobrás e estamos aguardando a resposta.
Tenho um concerto na Venezuela em outubro com meu trio no festival Barquisimeto jazz.
E tenho vários shows já marcados pelo Brasil, e outros á serem confirmados, apresentações solos e com meu trio, e eu tenho um duo de violões com o grande guitarrista Victor Biglione. Temos vários shows marcados para esse ano no Brasil.